Calanques entre Marselha e Cassis são espetaculares e fascinantes

A sorte com dias de sol e céu azul faz parte do dia a dia de quem gosta de viajar. Foi o que nos esperou no dia 4 de janeiro de 2024 quando resolvemos seguir de Marselha para Cassis, no sul da França. O dia estava realmente uma pintura, sem nuvem no céu e a temperatura super agradável, apesar do inverno europeu.

Seguimos de metrô do nosso hotel Ibis Marseille Vieux-Port até a Estação Saint-Charles e lá pegamos o trem com destino para Hyères, já que Cassis fica no caminho. Fique ligado nos painéis de informações sobre os horários e os portões de saída dos trens. São 30 minutos de viagem até a Gare de Cassis, localizada cerca de quatro quilômetros distante do Velho Porto da cidade, que tem menos de 10 mil habitantes. 

A passagem custa 29,60 Euros para o casal, ida e volta. São muitos trens ao longo do dia, tanto para ir quanto para retornar. Um pequeno ônibus ao custo de 1,60 Euro por pessoa faz o trajeto da Gare até o Centro e o depois o retorno. O desembarque e o embarque até a Gare é na mesma parada (Casino).

O velho porto de Cassis é pequeno, mas com uma excelente opção de restaurantes de todos os preços. A maior oferta é de pratos à base de peixes ou frutos do mar. 

A marina conta com barcos de vários tamanhos, a maioria deles de pescadores e de passeios, para levar os turistas às principais atrações da cidade que são as oito calanques de calcário branco e a rocha vermelha Cap Canaille, apontada como a falésia mais alta da França com 394 metros acima do nível do mar. 

Povoada pelos romanos, Cassis mistura o ar da Provença e do Mediterrâneo entre Marselha e a cidade de La Ciotat. Cassis conta com duas praias bem próximas ao Centro Histórico.

Tivemos a sorte de aproveitar um dia simplesmente fantástico para conhecer Cassis e três das oito calanques, que se estendem ao longo de 20 quilômetros entre a pequena cidade e Marselha. Nosso barco tinha dois andares e optamos por sentar na primeira fileira da parte superior aberta. Em alguns momentos, em mar aberto, o barco deu alguns solavancos fortes, mas pelo que percebemos ninguém ficou mareado.

Calanque é um acidente geográfico encontrado no Mar Mediterrâneo sob a forma de uma enseada ou baía com lados escarpados em pedra calcária, dolomita e outros minerais. Pode ser comparada aos fiordes da Escandinávia.

Desde 2017, a região está protegida pelo Parque Nacional das Calanques, que também pode ser percorrido em caminhada até Marselha. Aliás, vimos várias pessoas fazendo trilhas no topo dos montes rochosos, mas provavelmente poucas percorrendo os 10 quilômetros desde Marselha. E muitas (corajosas) bem próximas ou até sentadas nas bordas dos penhascos, acenam para as embarcações geralmente lotadas de turistas até mesmo nesta época. Deve ser espetacular o visual desde as trilhas, mas isso certamente não está nos nossos planos. 

O passeio de barco para conhecer as calanques mais próximas de Cassis custa 38,00 Euros para o casal. A viagem dura cerca de 1h30min e vale todo o dinheiro investido, porque é uma beleza única, surpreendente e fascinante.

A primeira calanque é a de Port-Miou, que significa porto ao abrigo do vento. É a calanque mais longa, com 1,5 quilômetro e pode abrigar até 500 barcos. 

De acordo com o folheto entregue na venda dos bilhetes para o passeio, Port-Miou foi uma pedreira entre 1901 e 1982. Os blocos de calcário extraídos do local serviram para a construção de diferentes portos no Mediterrâneo, o canal de Suez no Egito e a base da estátua da Liberdade em Nova York, nos Estados Unidos.

A segunda é a Port-Pin. O nome é pelo fato de que a calanque é cheia de pinheiros de Aleppo. O impressionante é que eles crescem diretamente nas rochas, porque não existe terra no local. Apesar do nome sírio, as árvores são tradicionais do norte do Mediterrâneo. Cada árvore é como uma escultura, muitas vezes inclinada pela ação dos ventos e da maresia.

A terceira calanque que visitamos é a En Vau, a mais bonita e ponto de encontro de alpinistas do mundo inteiro. A Rossani conseguiu avistar dois deles escalando um dos paredões. O ponto mais alto dessa calanque é uma rocha pontiaguda conhecida como o Dedo de Deus, com 90 metros de altura. 

Um veleiro estava ancorado na baía e o único tripulante (muito maluco) tocando um tambor e cantando começou a fazer festa quando viu nosso barco se aproximando. Como não pediu ajuda, ficou por lá mesmo.

Ao final do passeio, caminhamos mais um pouco pela cidadezinha até encontrarmos um restaurante menos lotado e, obviamente, comemos a comida típica. A Rossani pediu sardinhas e eu, um prato típico: soupe de poisson, ou seja, sopa de peixe. Duas cervejas Heineken de 200 ml saíram por 12 Euros. Ruim não é, mas uma picanha é muito melhor.

Em resumo, Cassis é um desses lugares que vale incluir no roteiro de quem vem ao sul da França.


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