Haut-de-Cagnes, outra joia medieval da França

Fazer a base da viagem em Nice tem as suas vantagens se a ideia for conhecer muitas pequenas cidades ao sul da França. No sentido da fronteira com a Itália são diversas as atrações: Villefranche-sur-Mer, Jean Cap-Ferrat, Mônaco, Menton e Gorbio, entre outras que ainda não fomos conhecer. Algumas delas já estão descritas aqui no Bloco de Viagens dos Thomas. 

No sentido Norte ficam Cagnes-sur-Mer, Antibes, Cannes, Saint-Tropez, entre outras cidades. É o que eu e a Rossani mais gostamos de fazer: descobrir locais interessantes e diferentes ou não tão diferentes, mas belos e com história.

Pela quarta vez em Nice, aproveitamos para visitar a icônica Cannes e Haut-de-Cagnes, um pequeno vilarejo medieval no topo de uma colina na pitoresca Cagnes-sur-Mer. 

A viagem de ida é tranquila ao custo de 5 Euros para duas pessoas. Deve-se pegar a linha dois (azul) do metrô em direção a parada Parc-Phoenix, próxima do aeroporto. Em seguida, no mesmo ponto, procure o ônibus da linha 620 em direção à Cannes. São cerca de 10 quilômetros de trajeto até a parada Square Bourdet, em Cagnes-sur-Mer. 

Bem próximo, praticamente junto, fica a parada de um pequeno ônibus elétrico vermelho que vai até o topo da colina. Esse ônibus é circular, funciona diariamente e é gratuito. A viagem é super rápida e surpreende porque o ônibus circula em vielas bem estreitas. A parada em Haut é próximo do Castelo Grimaldi.

Assim como Saint-Paul-de-Vence e Èze-Village, Haut-de-Cagnes é fácil de ser percorrido por suas ruelas. Percebe-se que a pequena cidade passou por muitas reformas recentes, mas, mesmo assim, o passeio é interessante. 

Durante anos, Haut-de-Cagnes atraiu escritores franceses, como Simone de Beauvoir. Alguns guias turísticos destacam Haut como a ‘Montmartre da Riviera Francesa’, porque atraiu, entre outros, os pintores Modigliani, Soutine, Yves Klein, Bardot e Cocteau. Pierre Auguste Renoir teria afirmado que a vila era “o lugar onde quero pintar até o último dia da minha vida”.

A Igreja de Saint-Pierre foi construída no século XIII e passou por uma grande restauração, concluída seis anos atrás. 

O Castelo Grimaldi, que está no ponto mais alto da colina, de onde pode-se avistar o Mar Mediterrâneo, fica fechado nas terças-feiras , dia em que visitamos o local e, portanto, não pudemos entrar. Há vários pequenos restaurantes no entorno do castelo, mas apenas um estava aberto, o que nos possibilitou uma pausa para um vinho da região.

O Castelo é um palácio fortificado erguido no mesmo local de uma fortaleza anterior ocupada pelos gregos e pelos romanos. Foi construído em 1309 por Rainier Grimaldi, um almirante francês. Seria um parente distante dos Grimaldi do Principado de Mônaco.

Depois de visitar Haut, decidimos conhecer o centro. Cagnes-sur-Mer era uma vila de pescadores e hoje é uma cidade com cerca de 50 mil habitantes. A Cros-de-Cagnes, uma das principais vias da cidade, é uma pequena rua entre a rodovia e o Mar Mediterrâneio. 

São mais de 3,5 quilômetros de praia também de pedras arredondadas em vez de areia, como a maioria das praias da região. Mesmo no inverno, o mar tem um tom de azul profundo, incomparável. No caminho de volta até o ponto de ônibus, paramos em um café, que pelo que notamos é muito frequentado pelos locais, e degustamos algumas delícias francesas.

Cagnes-sur-Mer e Haut não estavam no nosso roteiro, nem sabíamos da existência, mas foi uma ótima surpresa que descobrimos lendo as placas a cada ponto do ônibus entre Nice e Cannes. E, curiosos, dia seguinte fomos ver de perto. Valeu muito. A Riviera Francesa é bela de ponta a ponta e muito fácil de ser percorrida de trem ou ônibus. A cada vez que visitamos a região, incluímos novas cidades em nossas memórias e aqui no blog pra vocês também conhecerem um pouco.


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