As cidades alta e baixa de Bergamo, as joias da Lombardia

Milão tem uma localização estratégica no Norte da Itália. Sempre pode ser uma boa opção para iniciar um passeio pela Europa. Foi o que eu e a Rossani Thomas decidimos realizar em janeiro deste ano, com a viagem de São Paulo – Milão e Paris, com voo partindo de Porto Alegre. Assim, nossas férias terminaram na Itália, depois de visitarmos Paris, Dijon, Beaune, Annecy, Nice, Principado de Mônaco, Villefrance-sur-Mer, Menton e Gorbio. Confira os textos no nosso blog Bloco de Viagens dos Thomas.

https://blocodeviagensdosthomas.blog/2020/07/14/gorbio-a-cidadela-medieval-francesa-proxima-a-menton/

https://blocodeviagensdosthomas.blog/2020/03/10/capital-do-limao-na-franca-menton-tem-centro-historico-bem-preservado/

https://blocodeviagensdosthomas.blog/2020/02/07/villefranche-sur-mer-uma-das-belas-surpresas-entre-nice-e-menton/

https://blocodeviagensdosthomas.blog/2020/02/03/nos-alpes-franceses-annecy-e-seu-lago-impressionam-pela-beleza/

https://blocodeviagensdosthomas.blog/2020/01/27/o-caminho-da-coruja-no-centro-historico-de-dijon/

Fomos de trem de Nice para Milão, em uma viagem de cerca de cinco horas, acompanhados pelo belo visual do litoral do mar Mediterrâneo até a cidade italiana de Gênova. Depois, predominam as matas e serra até a estação central de Milão, onde desembarcamos na tarde de uma sexta-feira, na nossa segunda visita a cidade, onde ficamos na primeira semana de fevereiro.

A chegada em Milão depois da longa viagem

A programação da estada italiana já estava definida: além de revisitar Milão, passeios em Bergamo e Verona. Nossa programação incluía apreciar a pintura A Última Ceia, do gênio Leonardo da Vinci, na igreja de Santa Maria dell Grazie, mas os ingressos precisam ser adquiridos com muita antecedência e não conseguimos também dessa vez. Mais uma razão para colocarmos Milão em um novo roteiro de férias, talvez priorizando a Itália.

Igreja de Santa Maria dell Grazie

O nosso hotel, o Ibis Milano Centro, ficava a menos de um quilômetro da estação de trem (Milano Centrale, a segunda maior estação de trens da Itália e por onde circulam cerca de 400 mil pessoas diariamente), uma localização estratégica. Podíamos ir caminhando ou de metrô pela estação República  na direção à Comasina, apenas um ponto até o terminal de trens. No começo de fevereiro, a Itália já estava assustada com o crescimento dos casos de coronavírus. A Rossani ficou bem gripada e tentou comprar máscara. Fomos em várias farmácias e em todas os estoques haviam terminado. A resposta era a mesma: “finì in tutta la Milano”.  Ela improvisou uma máscara com um lenço e seguimos o roteiro de passeios.

Estação Central de Trem de Milão

Passeio por Bergamo

A viagem com o trem regional entre Milão e Bergamo – cerca de 60 quilômetros – dura quase uma hora, com quatro paradas, ao custo de 11 Euros ida e volta por pessoa. Dá para comprar os bilhetes diretamente nos totens de trens regionais, que estão em diversos pontos da estação central. São muitos horários disponíveis, mas sem lugar marcado.

Bergamo, que fica na região da Lombardia, no Norte da Itália, tem duas áreas urbanas. As cidades baixa e a alta, cercada por uma muralha construída no século 16, no período da dominação veneziana. Foi tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade em 2017. Desde a estação de trens até a cidade alta muralhada é uma distância relativamente curta, mas optamos por fazer o percurso em ônibus e depois de funicular, que leva ao interior das muralhas. Os ônibus saem a cada 10 minutos, mesmo no inverno, e as passagens para duas pessoas custam 5,20 Euros e podem ser compradas em uma banca de revistas e quinquilharias no próprio terminal.

Terminal de trem de Bergamo e a parada do ônibus fica bem em frente

Optamos por não pernoitar em Bergamo e tentar aproveitar e conhecer tudo o que era possível pelo menos na cidade alta. O ideal, acreditamos, é permanecer no mínimo dois dias em Bergamo para visitar toda a cidade com tranquilidade e sem correria, e isso incluiu a cidade baixa, também repleta de atrações.

Na Piazza Marconi, bem em frente à estação, pegue o ônibus número 1 e vá até o ponto do funicular. O terminal do funicular fica na Piazza dell Scarpe, já dentro da cidade medieval.

Ponto final do funicular na cidade alta
O terminal do funicular dentro da cidade alta
Vale caminhar sem pressa pelas ruelas da cidade alta

Torre Gombito

Siga pela Via Gombito e uma das atrações é a Torre Gombito, construída no século 12. Tem 52 metros de altura. É possível subir os mais de 250 degraus. Depois caminhe também pela Via Bartolomeo Colleoni.

A Torre de Gombito é o bloco de trás

Piazza Brigata Legnano e a Rocca, a Fortaleza

No local fica o prédio do Museu de História de Bergamo. Vale a pena percorrer a exposição que mostra a evolução da cidade entre o antigo regime e a unificação italiana. Apresenta, inclusive, a roupa usada pelo italiano Giuseppe Garibaldi, que também lutou contra o império no Brasil. Foi o companheiro da catarinense Anita Garibaldi.

Da Rocca, a fortaleza, que é do século 4, é possível visualizar todos os pontos de Bergamo e os prédios da cidade alta.

Portão de acesso à Fortaleza, de onde o visual da cidade baixa é fantástico
A Rocca, do século 4
A cidade baixa de Bergamo vista a partir da Piazza Brigata Legnano
Mesmo em dia de névoa, é possível visualizar a cidade baixa
Não tenha pressa ao visitar o museu para conhecer bem a história de Bergamo
Giuseppe Garibaldi e, abaixo, a túnica, usada pelo combatente

Pallazo del Podestà

É a sede do Museo Storico dell`Età Veneta. Foi construído no século 12.

Piazza Vecchia

A Piazza Vecchia é o centro da cidade alta, onde ficam as principais atrações de Bergamo, como a torre Campanone, erguida entre os séculos 11 e 12, com 52,76 metros de altura. De acordo com os guias de viagens, é a torre mais alta de Bergamo.

A fonte Contarini, com água potável, é de 1780 e fica no coração da Piazza.

A fonte Contarini, que é de 1780 e fica na Piazza Vecchia
Piazza Vecchia ao fundo

Basílica de Santa Maria Maggiore

Localizada na Piazza Duomo, o coração sagrado da cidade, a basílica, construída em 1137, é simplesmente fantástica, de uma beleza impressionante com afrescos góticos, tapeçarias e peças de madeira. Uma das igrejas mais bonitas que já visitamos, entre as centenas pelas quais já passamos. Destaque também para o confessionário barroco trabalhado pelo escultor Andrea Fantoni.

A entrada pela Basília fica à esquerda da capela
Confessionário barroco trabalhado pelo escultor Andrea Fantoni.

Ao lado da Basílica, fica a Capela Bartolomeo Colleoni. É de 1472, sendo apontada como a maior representação do renascimento em Bergamo e, também, o Batistério.

O Batistério

Catedral São Alessandro de Bergamo

Em estilo neoclássico na parte externa e em estilo barroco na área interna, a igreja foi construída no século 5. Tem uma capela dedicada ao Papa João XXIII. Fica na Piazza Duomo.

A Capela em homenagem ao Papa João XXIII, que fica no lado direito do altar

Uma das guloseimas especiais de Bergamo é um bolinho de pão de ló, com licor de laranja, recheado com pasta de amêndoas e um pedaço de chocolate. É chamado de polenta e osei, uma delícia, segundo a Rossani. Bom, no meio da tarde também fizemos um pit stop para comer uma pizza com duas taças de vinho Chianti no restaurante Corsarola.

Um bom vinho italiano para celebrar o passeio pela cidade alta de Bergamo
O doce tradicional de Bergamo

Pouco antes das nove da noite já estávamos de volta a Milão, mas com um sentimento de que será preciso voltar a Bergamo em outra viagem pela Itália.


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